O grau de intimidade com o cliente
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É pouco provável que você já tenha ouvido falar sobre o tema que resolvi escrever aqui no blog da Epics. É a primeira vez que escrevo para um blog além do meu, então se algo estiver incorreto, me dá um desconto. <3
Se você nunca ouviu falar ou pode ser que você já tenha pensado sobre isso ou teve alguma conversa com colegas sobre algo relacionado, com uma abordagem diferente talvez… De qualquer forma, já tendo refletido ou não, peço que você mentalize consigo mesmo: qual o grau de intimidade que tenho com o meu cliente? Ou pelo menos deveria ter? Tenho um certo grau de intimidade mas preciso mudá-lo, avançar ou dar um passo para trás… É no mínimo intrigante essa questão, pois desperta outras tantas situações internas, quando repassamos nosso processo em nosso pensamento.
Antes de começar a discorrer sobre esse assunto, quero deixar registrado que nessas entre linhas você não irá encontrar um certo ou errado, muito pelo contrário, a intenção aqui é puramente promover a reflexão sobre algo que pode ser um divisor de águas dentro do seu trabalho como fotógrafo, e que no cotidiano, não temos tempo hábil para refletir sobre esse assunto. Então, do fundo do coração espero que de alguma forma tenha ajudado positivamente na sua caminhada.
Boa leitura!
Corriqueiramente, exceto algumas excessões, fotógrafos desde o início da carreira percorrem um caminho padrão. Descobrem que gostam de fotografia ou herdaram esta arte da sua família, compram sua primeira câmera. Eventualmente leem o manual, vislumbrados pelos equipamentos investem em uma lente nova. Então percebem que precisam estudar porque só com o bom equipamento não está saindo muitas coisas legais, encontram referências do que gostam e aumentam sua bagagem visual. Atingem um certo nível técnico e começam a gostar do que estão produzindo, e então, chegam em um ponto chave onde precisam vender! Para alguns a parte mais fácil, para outros é o que existe de mais difícil a ser feito, vender. Continuando a trajetória do fotógrafo, ele se especializa em vendas, busca formatos novos, interações novas, descobre que existem novos termos a serem entendidos como “leads”, “funil de vendas”, “bant”, “follow-up”, “benchmarking”, entre outras situações que podem auxiliar no seu processo. Muitos olham para tudo isso, não se importam e voltam a analisar apenas a sua técnica para melhorá-la todo santo dia, em todos os seus anos de carreira. Vale deixar claro que a técnica é sim super importante, merece ser aprimorada sempre, ela precisa se tornar um membro do nosso próprio corpo afim de ser executada com facilidade depois de seu aperfeiçoamento. Mas a grande questão é o equilíbrio dentre todo o processo de uma empresa, para que ela funcione bem rumo ao progresso. Existem vários fotógrafos com uma arte incrível que não conseguem progredir, bem como do outro lado também existe, fotógrafos com uma arte não tão boa, mas crescem rapidamente.
Pensando especificamente na área de vendas e mergulhando mais fundo no mar de Relacionamento com o Cliente, é que vem a questão do grau de intimidade que é necessário atingir para colher frutos disso. Frutos em todo bom sentido, não se tratando apenas de resultado financeiro. Calma! Não está claro onde iremos chegar com essa reflexão, mas agora é o grande momento de entender tudo, por isso eu peço para mais uma vez você refletir consigo mesmo e responder a seguinte pergunta:
Quem é você para o seu cliente?
A resposta mais óbvia, seria: o fotógrafo do casamento deles. Mas pensando no grau de intimidade que você tem com esse cliente, quem é você além do fotógrafo? Apenas o fotógrafo mesmo? É o mais novo amigo do casal? Se tornou parte da família em tão pouco tempo?
Quem é você para o seu cliente?
Meados de janeiro/2017 eu participava de um workshop onde um dos participantes perguntou: como eu posso continuar o meu relacionamento com meus clientes mas sem que eles me convidem toda semana para ir na casa deles para um jantar? Nesse caso, esse participante já estava saturado de tantos convites que recebia porque tinha um grau de intimidade extremamente elevado com os clientes, isso acabou interferindo negativamente o seu bem-estar/rotina/vida pessoal e etc. Veja como é importante pensar nessa questão porque chega um certo ponto que interfere diretamente no viver a vida. Agora ficou mais claro, não é mesmo? Pode ser até que você já se identificou com o exemplo acima se encaixando com igualdade ou o oposto do que o participante do workshop vive ou viveu.
Fotógrafos que assim como eu trabalham com casamentos, gestantes, famílias e todo aquele serviço que tem contato com pessoas para desempenhar o seu ofício, muitas vezes tem um processo longo de relacionamento desde o início da negociação até a entrega final do trabalho. Particularmente, já vivi processos de casamentos que duraram dois anos entre o início e a entrega final, acredito que alguns já viveram processos mais longos que esse. Por vezes essa relação se estende a outros trabalhos como de um casamento para gestante, ensaio de família, aniversários dos filhos e por aí vai. Isso falando apenas na última parte da venda, da negociação para fechamento, execução e entregar. Antes disso existe um trabalho com inúmeros detalhes para captar essas pessoas que elevam ainda mais esse período de tempo. O que eu quero dizer com isso é que inevitavelmente nos conectamos intimamente com essas pessoas e suas histórias. É um período de tempo extenso e naturalmente faz com que de alguma forma haja uma interação intima entre contratante e contratado. Mesmo aquele cliente mais fechado terá que existir um mínimo de intimidade para conseguir extrair o melhor dele e então entregar um trabalho digno.
Cara! Isso é uma maluquice!
Será?
É uma maluquice que pode colaborar muito com o processo de funcionamento de uma empresa ou com a vida e trabalho do fotógrafo dessa empresa. É simples e complexo se entender nessa questão, por isso não existe certo ou errado aqui, cada um precisa encontrar o seu “certo” dentro do seu trabalho e sua vida. É necessário encontrar o ponto de equilíbrio no grau de intimidade com o seu cliente.
A palavra equilíbrio está super em alta nos últimos tempos, acredita-se que com equilíbrio entre uma extremidade e outra encontramos um ponto de calmaria, de tranquilidade, de felicidade, é um ponto de estabilidade entre as forças, isso facilita a fluência de tudo em nossa vida, tornando-a mais leve. Mas também há quem seja só de um lado ou de outro, e está tudo bem! Trazendo ao nosso tema, pensar em equilíbrio pode ajudar a definir com clareza o grau de intimidade que você precisa obter com seu cliente. Relacionar o que faz bem para você na sua vida e o que faz bem para o seu trabalho a ponto de colher frutos positivos dessa relação, define o seu grau de intimidade.
Seu grau de intimidade pode sim ser em nível elevado a ponto de ser considerado parte da família, bem como se você quiser ser apenas o fotógrafo, fazer seu trabalho e entregar, ok também, está tudo bem! O que de fato interessa é você entender essa relação de equilíbrio e ter melhores resultados com a clareza desse relacionamento. Ter o grau de intimidade esclarecido, se ajudar até documentado, pode te colocar em outro nível de trabalho pois você possuí um norte em como se portar com aqueles que te contratam, isso fará com que eles levem seu trabalho para outras pessoas que no futuro você pode atender. Você então adquire automaticamente uma meta a ser atingida com cada cliente que confia em você, que é alcançar o nível de intimidade que você mesmo estabeleceu, fazendo com que você e seu cliente saiam felizes e com melhores resultados dessa relação. No final das contas, é bom para todos os envolvidos no trabalho da sua vida.
Assim encerro a minha primeira contribuição com o blog da Epics na esperança de promover uma boa reflexão e até ajudar você que leu até aqui, a melhorar sua experiência com seus clientes.
Um grande abraço, fiquem bem!
Caio Mayer.
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